Segundo o Ministério da Saúde, a doença pode ser provocada também por meio de infecção pelo Zika Vírus
Duas mulheres tiveram Síndrome de Guillain-Barré confirmada em Ilha Solteira. Elas têm idade entre 20 e 40 anos. A primeira apresentou os sintomas na última sexta-feira, 31, e a outra nesta terça-feira, 5. Ambas já tiveram alta do Hospital Regional de Ilha Solteira. Uma é moradora da região de Ribeirão Preto, tendo sido atendida em Ilha Solteira. A outra vive na estância turística.
Os casos já são tratados como a síndrome, uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano, levando à inflamação dos nervos, o que provoca fraqueza muscular e pode inclusive impedir a respiração. Segundo o Ministério da Saúde, a doença pode ser provocada também por meio de infecção pelo Zika Vírus.
Os exames que determinarão se as pacientes foram infectadas com o zika vírus estão sendo realizados pelo Instituto Adolfo Lutz de Araçatuba e o resultado deve demorar pelo menos 15 dias. Até o momento Ilha Solteira não registrou nenhum caso da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti em 2017.
Segundo a coordenadora de Vigilância Sanitária de Ilha Solteira, Márcia Rúbio, a mulher que não é moradora da cidade estava visitando o município quando apresentou os sintomas, mas mesmo assim a equipe está realizando um bloqueio em um raio de 200 metros da casa onde a paciente estava como ação de prevenção de novos casos. "O procedimento que fazemos é o mesmo no caso da dengue, mas precisamos aguardar algumas semanas para confirmar por meio dos exames a doença ou não", explicou.
Márcia afirma que nenhuma das pacientes corre risco de morrer.
Rio Preto
Em junho do ano passado, um menino de 6 anos foi internado em Rio Preto com síndrome de Guillain-Barré. O garoto perdeu parcialmente os movimentos dos braços e das pernas. No dia 21 de maio, a síndrome matou uma mulher de 26 anos na cidade.
Zika
Um grupo de cientistas anunciou, em outubro de 2016, evidências de que a infecção pelo vírus da zika está mesmo ligada à síndrome de Guillain-Barré. A pesquisa foi feita por cientistas de seis hospitais da Colômbia, em parceria com pesquisadores da Johns Hopkins Medicine (EUA). O estudo foi publicado na revista científica britânica The New England Journal of Medicine.
Saiba mais sobre a Síndrome de Guillain-Barré
Doença neurológica de origem autoimune capaz de provocar fraqueza muscular generalizada que, em casos mais graves, pode até paralisar a musculatura respiratória, impedindo o paciente de respirar
Sintomas típicos
- Visão turva
- Dificuldade para mover os músculos do rosto
- Perda de reflexos em braços e pernas
- Fraqueza
- Palpitação
- Hipotensão ou baixo controle da pressão arterial
- Sensibilidade ou dor muscular, que pode se tornar cãibra
- Descoordenação motora e quedas
Como afeta o corpo
1) O sistema imunológico sofre uma pane ao identificar as células do organismo como invasoras e passa a atacá-las.
2) O ataque das células de defesa provoca um processo inflamatório e a destruição da bainha de mielina, uma espécie de capa que recobre os nervos periféricos
3) O resultado é o bloqueio da passagem dos estímulos nos nervos, levando à paralisia
Fatores de risco
- Bactéria Campylobacter, encontrada em aves mal cozidas
- Vírus Influenza
- Vírus de Epstein-Barr
- Pneumonia
- Linfoma de Hodgkin
- Zika vírus (transmitido pelo mosquito Aedes aegypt)
Diagnóstico
- Amostra do líquido cefalorraquidiano (punção lombar)
- Eletrocardiograma
- Eletromiografia (testa a atividade elétrica nos músculos)
- Exame de velocidade de condução nervosa
- Exames de função pulmonar
Tratamento
- Plasmaférese - técnica de filtragem do sangue do paciente
- Administração intravenosa de imunoglobulina para impedir a ação deletéria dos anticorpos agressores
Fonte: Diário da Região